Por Jorge Gerdau Johannpeter*
A compra da casa própria ou de um automóvel, a realização de um curso universitário ou qualquer outra decisão relevante na vida da maioria das pessoas é tomada após a definição de um planejamento, muitas vezes, de médio ou longo prazo. É a partir desse planejamento que conseguimos traçar planos consistentes, honrar os compromissos assumidos e atingir nossos objetivos, o que gera uma melhor qualidade de vida para nossas famílias.
Esse raciocínio, de planejar a longo prazo, porém, não faz parte das políticas públicas brasileiras. O resultado dessa ausência de planejamento é impressionante. O país cresceu, em média, apenas 2,5% por ano ao longo das duas últimas décadas, enquanto a China apresentou uma taxa anual de 9%, fortemente influenciada por um planejamento estruturado.
A exceção à regra, no caso do Brasil, abrange os últimos cinco anos, período de grande prosperidade econômica mundial no qual praticamente todos os países vivenciaram níveis mais elevados de expansão do PIB, em razão de uma bolha financeira que gerou níveis de consumo artificiais. O Brasil, nesse período, alcançou um elevado patamar de reservas financeiras, impulsionado pelo aumento do preço das commodities. Além disso, graças a sua ortodoxia na política econômica e a medidas de estímulo ao consumo interno, o país conseguiu superar a crise financeira, na medida do possível, de forma mais rápida em relação à Europa e aos Estados Unidos.
Entretanto, não há como abrir espaço no mercado de trabalho para as novas gerações se os governos continuarem seguindo uma visão imediatista, com prazos de três a quatro anos. O legado que todos nós deixaremos é o patamar de desenvolvimento econômico alcançado. Logo, não podemos perder a chance de incluirmos no debate eleitoral a necessidade de um planejamento de médio e longo prazo. E isso não vale somente para a área econômica e financeira, mas também para áreas sociais como, por exemplo, a educação.
Por que empresas como a Petrobras estabelecem metas e políticas claras para os próximos 20 anos, enquanto os governos orientam suas decisões sob uma visão de curto prazo? Será, prezado leitor, que as políticas de longo prazo dessas empresas são mais importantes que as do próprio país? Tenho certeza de que não.
Há, entretanto, poucos e bons exemplos, como é o caso da Agenda 2020, coordenada pela Polo RS, que organiza propostas concretas de interesse da sociedade gaúcha. Esse movimento reuniu mais de 800 pessoas de distintos segmentos da sociedade, para discutirem sobre o que sonham para o Rio Grande do Sul.
Precisamos ser visionários e não ter medo de sonhar com o futuro que queremos. Mas também é necessário ter disciplina, para transformar o sonho em realidade, e contar com a mobilização da sociedade. A disciplina, por exemplo, é fundamental para definir e acompanhar metas claras, assim como para utilizar, de forma contínua, modernas técnicas de gestão, buscando reduzir custos, aumentar a eficiência dos serviços públicos e melhorar a sua governança. Some-se a isso a necessidade de mobilizar as lideranças empresariais, sindicais e acadêmicas, juntamente com as melhores cabeças na administração pública, para que apliquem sua competência técnica em prol de um futuro melhor para todos, de forma a construir uma visão estratégica de longo prazo, deixando de lado ambições pessoais e de poder.
*Empresário, presidente do Conselho de Administração da Gerdau
Este artigo está publicado no jornal Zero Hora.
domingo, 29 de novembro de 2009
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0lá,
ResponderExcluirBom dia,
Li rapidamente o texto inicial sem parar para refletir, voltarei com mais calma, mas vale citare que as ideias ssao boas, mas h[a dois pontos vulneravies que como especialista na [area publica (servidora aposentada de carreira financeira) tenho a citar
1) RECURSOS FINANCEIROS COLOCADOS EM MAOS QUEM NADA TEM A PERDER DE PATRIMONIO, E COMO INCENTIVAR O DESVIO. o COPNTROLE DI[ARIO TEM QUE ERXISTIR. o ideal e mais economico seria a contratacao remunerada, e claro, de servidores aposentados para este fim com treibamento previo em prestacao de contas. Sou aposentada, ganho muito bem,mas n'ao acredito em trabalho voluntario, que alias deveria ser proibido, pois [a dizia um velho ditado nosso - quem trabalha de graca [e relogio - todo mundo quer auferir algo em troca, nem que seja em beneficios. Portanto sai mais economico pagar pois ai tem-se o controle do quantun a ser pago.
Outra questao que nao tem a ver com minha experiencia profissional, mas com minha experiencia de vida. Tenho 62 anos e fa;o 1 hora de caminhada seguida de duas horas de atividades em academia e ODEIO esse negocio de segregar, atividades para adolescente, atividades para idosos, etc.... A atividade n'ao tem ter faixa etaria definida, vai nquem quiser. J[a participei de um curso de jud"o onde havia crianas de 4 anos com seu pai, varias faixas etaria inclusive a minha e em nenhum momento me senti melhor ou pio, alias no item alongamento eu me exibia aos demais, exceto ao menininho de 4 anos que eu invejava!
O centro do convivencia daqui do bortolancia p[arece um velorio vazio... e quando se reunem [e so para alongametno e comidinhas gostosas.... T[a errado. KL[a h[a toda uma esxtrutura paga pelo governo e subaproveitada.
Ent'ao dividiram o terre e deram uma parte aos politicos da vez, e criaram uma ong para receber o dinheiro do governo... as ultimas noticias [e que os voluntarios trbalham de gra;a e quando querem, o local virou cobi;a de usuario e h[a n oticias de que as presta;'oes de contas n'ao foram aprovadas e n'ao h[a agua nem luz no tal galp'ao contruido para dar aporte a varias modalidades esportivas, onde participei da turma do judo. AZgora, vespera de elei;'ao o governo esta dando ouvidos [as denuncias mas e o dinheiro jogada fora n'ao ser[a recuperado, com certeza!
aba;os
Ola,
ResponderExcluirJorge Gerdau Johannpete
Permita-me discordar do [ultimo paragrafo em relacao-deixando de lado ambicoes pessoais e de poder- poucos conseguem faze-lo e por outro lado ambicao e poder sao ferramentas que devem ser usadas para chegar as metas estabelecidas. Nao podemos esquercer nossas origens historias, somos ate hoje colonia de exploracao, dificilmente nos livraremos disso, fgveja a importa;'ao de lixo hospitalar [e o maio exemplo de quem somos - filhos de degredados-que so pensam em si mesmo, [e duroi, mas e verdade, pelo menos para mim, o que me faz mais realista e menos utopica!
Descule o desabafo!